segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Fui à Primark...

A modos que tenho um problema em sair de lá de mãos vazias. Mas ao menos não pensei só em mim e trouxe a coisa mais fofa para um priminho que vem a caminho :)

segunda-feira, 17 de março de 2014

Do fundo do coração.

Faz hoje um mês que fui pela primeira vez a um funeral. Acho que ainda não me caiu realmente a ficha de que a avó já não está cá. 
Quando soube foi segurar as pontas para os outros poderem desabar. O velório passei a rir com os meus primos naquela partilha de histórias que temos com ela, parecia que ela estava ali deitada a ver-nos rir como fazia sempre.
Encontrei conforto naquela noção de que o sofrimento já era demasiado. Uma semana antes ela tinha feito anos e para mim foi a despedida, aquele adeus a alguém que tinha o corpo preso a este lado mas que já o tinha deixado para trás. Já não acordava, já não nos sentia. E eu disse-lhe adeus. Sabia que tinha acabado. Por isso quando ligaram a dizer que o corpo tinha desistido agradeci porque no lugar dela eu só queria que me deixassem ir. 
Mas assim que o padre entrou fecharam o caixão e não fomos chamados, quando cheguei a revolta era tanta que todas aquelas palavras de pecado e ressurreição me agoniaram. Comecei a chorar de frustração. Como que é que podem passar meia hora a chamar pecadora há pessoa mais sofredora e altruísta que eu já conheci? Tiraram-me a tempo da capela, juro que faltou pouco para começar a gritar de ódio contra esta instituição onde tantos vão buscar força e que a mim me empurra cada vez para mais longe.
É desumano ver aquele caixão descer. Dói muito. Mas foi para isto que ela me preparou. Desde pequenina que ela me levava ao cemitério, ver aquelas campas ali é das memórias mais remotas que tenho. Ia para lá brincar e conversar, e sei que era para poder lá ir sem o sentimento pesado que tantos têm naquele espaço, que ela me levava. 
Passado um mês voltei. Não é onde ela está que me faz confusão. É onde ela não está. Ainda não tinha entrado no quarto dela. Ia lá a casa, andava por lá, mas ainda não tinha ido ao quarto. Inconscientemente devia achar que ela lá estava a dormir. No sábado entrei para por as camisas do meu avô e tive finalmente noção do vazio. Acabou. Uma parte de mim morreu.

sábado, 18 de janeiro de 2014

tanto para acontecer :(

Uma avó no hospital há um mês, ir lá vê-la é ver alguém cuja simples permanência neste mundo é um sofrimento constante, olhos de quem quer partir.
Atolada de trabalho e a suportar pessoas que por terem a sua vida pessoal mal decidem descarregar toda essa angústia em cima de quem trabalha com elas.
Um sistema nervoso a entrar em colapso, um ataque de pânico.
Um pai com demasiados problemas, uma mãe que fica de baixa com um principio de pneumonia.
Um namorado com cada vez menos tempo para nós.
E hoje perco o controlo do carro, que faz um pião e se enfia num caniçal. Se em vez de girar para a direita tivesse girado para a esquerda tinha  caído uns 800 metros a pique, portanto já não é mau estar viva para contar a história.
Mas por um bocadinho não me podiam dar umas tréguas, estou mesmo a ficar cansada.